Por Mariana Abreu/ Canal Integración/EBC
Os afrodescendentes conquistaram avanços recentes e importantes no Equador: a Constituição de 2008, o Plano Nacional de Desenvolvimento, o Plano Plurinacional para eliminar a Discriminação Racial, só para citar alguns marcos normativos. O problema está na implementação dessas normas – e sem sua aplicação, fica aquela coisa de ter tudo muito bonito no papel, mas nada na prática. E por isso segue a luta dos afroequatorianos.
Eles não representam 5% da população, segundo o último Censo de 2001 – que foi, aliás, o primeiro que trouxe uma pergunta sobre o tema étnico/racial. E ainda assim são reconhecidos pela Constituição vigente como POVO. Imagina o que podem conquistar com o novo Censo e com o trabalho de uma Comissão que passou os últimos anos elaborando e testando a pergunta a ser feita sobre raça/etnia?
Fica aqui a parte mais bela do Equador, na minha opinião. É o bairro África Mía – que nome! Criado em 1993, é resultado da luta de 13 mulheres e 1 homem afroequatorianos (que, aliás, substituiu a mãe, que fazia parte desse movimento e que faleceu) pela casa própria. Com a ajuda de uma ONG e um empréstimo no banco, compraram um terreno para finalmente ter um lugar para chamar de seu. Até a compra do terreno foi uma luta: não encontravam quem quisesse vender seu terreno a negros.
Depois de muito esforço, conseguiram e, acreditem ou não, construíram com suas próprias mãos 14 casas! Algumas ainda são originais, da época da construção, outras passaram por reformas, mas impressiona e alenta ver afroequatorianos felizes com seus lares, a família livre, sem sofrer discriminação, crianças correndo leves e soltas…
Enfim, um respiro de alívio em meio a tanta discriminação e injustiça!
E que venha o Panamá!
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