Afrodescendentes das Américas se reuniram, nos dias 8 e 9 de agosto em São Paulo, para definir a estratégia de monitoramento e plano de ação para a Rodada dos Censos de 2010 nas Américas. Participaram do encontro integrantes do Grupo de Trabalho, Técnico e Político Afrodescendente para os Censos de 2010, que tem representação do Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados Unidos, Panamá, Peru, Porto Rico e Venezuela. Governo brasileiro e Nações Unidas, através do Programa de Gênero, Raça e Etnia do UNIFEM Brasil e Cone Sul (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) , acompanharam a reunião de trabalho na condição de observadores.
Os censos representam a única fonte de informação de caráter universal que capta populações pequenas e permite a desagregação dos dados populacionais em diferentes escalas territoriais. A inclusão da variável raça e etnia nos Censos de 2010 atende uma das deliberações do Plano de Ação de Durban (III Conferência Mundial contra o Racismo, 2001) de coleta, análise e divulgação dos dados estatísticos confiáveis e avaliação sistemática da situação de grupos e indivíduos vítimas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata. Dos 19 países com dados sobre raça e etnia, somente nove inseriram questões relacionadas aos afrodescendentes.
Além da estratégia de ação nos países prioritários – Brasil, Equador, Venezuela e República Dominicana -, o Grupo de Trabalho discutiu a pauta da audiência com o Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas, prevista para setembro. O encontro foi solicitado pelo governo brasileiro através da Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), em cumprimento aos acordos internacionais.
Na reunião de São Paulo, também esteve em debate o assessoramento do GT junto à Divisão de População da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) para a inclusão da variável de raça e etnia nos censos de 2010.
De acordo com a sociedade civil, os censos demográficos são oportunidade para melhoria da base de dados de raça e etnia, fortalecimento da democracia e formulação de políticas públicas para enfrentar as desigualdades raciais.
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