Brasil lidera articulação internacional para desagregação de dados por raça e etnia. Atualmente, somente 9 dos 19 países latino-americanos possuem dados desagregados nos censos nacionais
A alta comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, considera fundamental a inclusão da variável de raça e etnia nos censos de 2010 para as políticas de combate ao racismo. O posicionamento foi comunicado ao Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas – Censos de 2010, em 25 de agosto, em Genebra durante audiência de Pillay com representantes do movimento negro das Américas e do governo brasileiro.
O encontro foi solicitado pela Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), com apoio do programa de Gênero, Raça e Etnia do UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher) Brasil e Cone Sul.
Além do respaldo político, Pillay acionou a Unidade Antidiscriminação das Nações Unidas para dar suporte à mobilização da sociedade civil das Américas para os censos de 2010. O tema já deve ser incorporado em outubro, em Salvador, durante o seminário regional Dados Estatísticos, Políticas Públicas e Afrodescendentes organizado pelo Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU e pela Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e Caribe).

Navi Pillay, alta comissária de Direitos Humanos das Nações Humanos, na Conferência de Revisão de Durban
Plano de Ação de Durban
Na audiência com Navi Pillay, Maria Inês Barbosa, coordenadora de Gênero, Raça e Etnia do UNIFEM Brasil e Cone Sul, destacou a liderança dos afrodescendentes para incidir nos censos de 2010. “Essa agenda se insere num processo mais amplo de implementação de políticas de desconstrução do racismo e promoção da igualdade racial, tendo por base o Plano de Ação de Durban e um trabalho conjunto entre governo brasileiro e Nações Unidas. É importante que as agências considerem as distintas formas de existência das mulheres impactadas pelo racismo”, afirmou Maria Inês Barbosa.
Para Epsy Campbell, coordenadora executiva do Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas – Censos de 2010, a articulação de afrodescendentes para os censos começa a ficar mais intensa. “Demonstramos ao Alto Comissariado a necessidade de priorizar o tema dados estatísticos oficiais e políticas públicas para os afrodescendentes”, avalia Epsy Campbell.
Ação na América Latina e Caribe
Outro ponto alto da missão foi a reunião dos afrodescendentes com o Grulac (Grupo de Países Latino-americanos e do Caribe). No encontro, os ativistas apresentaram o plano estratégico para os censos de 2010 aos representantes de 13 países. Por sua vez, o Grulac apontou o interesse de inserir o tema em encontro internacional, a ser realizado em fevereiro de 2010.
Outro ponto alto da missão foi a reunião dos afrodescendentes com o Grulac (Grupo de Países Latino-americanos e do Caribe). No encontro, os ativistas apresentaram o plano estratégico para os censos de 2010 aos representantes de 13 países. Por sua vez, o Grulac apontou o interesse de inserir o tema em encontro internacional, a ser realizado em fevereiro de 2010.
Na audiência com o embaixador da Colômbia na Suíça, Angelino Garzón, os afrodescendentes garantiram o comprometimento da embaixada para instalar a agenda no país. De acordo com Garzón, a Colômbia poderá sediar o 2º Seminário Internacional de Dados Desagregados por Raça e Etnia da População Afrodescendente das Américas, em junho de 2010.
Atuação do Grupo
Com ações prioritárias no Brasil, Equador, Venezuela e República Dominicana, o Grupo Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas – Censos de 2010 vai assessorar a Divisão de População da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) nos censos nacionais de 2010 a 2012.
Com ações prioritárias no Brasil, Equador, Venezuela e República Dominicana, o Grupo Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas – Censos de 2010 vai assessorar a Divisão de População da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) nos censos nacionais de 2010 a 2012.
O grupo foi formado em junho de 2009, durante o Seminário Internacional de Dados Desagregados por Raça e Etnia da População Afrodescendente das Américas. Tem representação dos seguintes países: Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados Unidos, Panamá, Peru, Porto Rico e Venezuela.
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